Ivandro Monteiro

Como é que as empresas podem ganhar mais com as mesmas pessoas?

E se as empresas pudessem saber qual o custo da perda de produtividade por não terem o seu local de trabalho saudável? Agora podem, graças à ciência psicológica.

O custo da perda de produtividade corresponde à soma do custo do presentismo e do absentismo nas organizações, e os psicólogos são os especialistas que têm a competência teórico-prática e os recursos científicos para acrescentar este valor às empresas que querem estar na vanguarda da evolução corporativa, onde as pessoas que nelas trabalham são a fonte da produtividade.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que um local de trabalho saudável é aquele em que todos os membros da entidade onde trabalham cooperam com vista ao melhoramento contínuo dos processos de proteção e promoção da saúde, da segurança e do bem-estar. Ou seja, empregadores, gestores e trabalhadores têm uma atitude proativa e cooperativa em manter o local de trabalho saudável, o que baixa o risco de baixas médicas, absentismo, presenteísmo, acidentes de trabalho, conflitos laborais, entre outros.

Para que uma empresa tenha um local de trabalho saudável, deve procurar recolher informação sobre os fatores de risco existentes dentro da empresa, através da análise do ambiente organizacional, do bem-estar dos trabalhadores e da própria organização do trabalho.

Esta recolha, quando mais cientificamente sustentável e menos opinativa, melhor, pelo que o recurso aos cientistas do comportamento de excelência – psicólogos – é a melhor recomendação para o mercado empresarial.

Com este levantamento de informação, a empresa poderá conhecer as suas características de forma mais objetiva, assim como conseguirá identificar áreas de ação prioritária. Ao fazê-lo, potencia a maximização dos fatores de proteção da Saúde e do Bem-Estar e a minimização dos fatores de risco.

A minha experiência nos últimos 20 anos com particulares, empresários e empresas, evidencia que temos cada vez mais empresários conscientes desta necessidade. Contudo, sem a literacia da ciência do comportamento, acabam por fazer investimentos deslocados, que depois os afasta das competentes intervenções, por falta de conhecimento ou aconselhamento leigo, numa espécie de efeito ‘Dunning-Kruger’ (fenómeno que leva uma pessoa que possui pouco conhecimento sobre um assunto a acreditar saber mais que outros mais bem preparados, fazendo com que tomem decisões erradas e cheguem a resultados indevidos).

A investigação científica no mundo corporativo conseguiu identificar um conjunto de riscos psicossociais relevantes para todos os locais de trabalho.

Uma espécie de base comum que é transversal ao adequado funcionamento de uma empresa, para proteger a saúde dos trabalhadores e a produtividade das empresas. Ora, se conseguirmos controlar melhor os riscos psicossociais, teremos certamente mais produtividade, o que, consequentemente, ajuda as empresas a crescer, faturar mais e, acima de tudo, cuidar das pessoas que navegam para o mesmo rumo.

Para além da avaliação, diagnóstico e intervenção nos riscos psicossociais, esta é complementada com o ‘feedback’ dos trabalhadores, informação dos recursos humanos e, eventualmente, auditorias organizacionais, podendo influenciar políticas internas e dar um contributo para uma maior segurança nos ganhos comuns.

As melhores políticas são as que fazem cada trabalhador se sentir parte integrante do seu sistema, em que compreendem que o que fazem é importante para a estrutura e para o caminho que a empresa navega. Com a avaliação e intervenção nos riscos psicossociais, as empresas ficam com as sugestões de melhoria, vindas dos próprios colaboradores, de forma anónima, identificando as suas falhas e focando a atenção no que pode ser melhorado nas condições atuais. Depois de identificadas as áreas de atuação prioritárias, definem-se objetivos claros e mensuráveis (ex. Assegurar a clareza das funções laborais; reconhecer o esforço e resultados dos trabalhadores; assegurar uma boa gestão da mudança; assegurar uma abordagem “tolerância-zero” ao ‘bullying’; prevenir a discriminação).

Por isso, já sabe: com os psicólogos as empresas podem ficar a saber, de forma objetiva, sustentada e científica, o valor perdido por ano, em euros, devido à perda de produtividade causada por stress e problemas de saúde psicológica dos seus trabalhadores. Pode também perceber o que pode ser feito para reduzir os riscos e melhorar a produtividade. 

Portanto, pode compreender que, quanto melhor cuidar das pessoas, mais produtividade vai ter. Não fique sem saber ou sem agir. Informe-se. 

A sua empresa agradece.

Por Ivandro Soares Monteiro, Prof Doutor

Fundador & Director da EME SAÚDE (Clínica – Consultoria Comportamental – Palestras & Eventos | www.emesaude.pt)

Psicólogo – Professor Universitário

(especialista em Psicologia Clínica, pela Ordem dos Psicólogos Portugueses)

(especialista em Psicologia do Trabalho e das Organizações,  pela Ordem dos Psicólogos Portugueses)

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